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A indústria farmacêutica vive um paradoxo intrigante: enquanto a tecnologia avança com inteligência artificial e plataformas digitais, os representantes de vendas ainda aparecem como figuras centrais em muitos organogramas. Por quê? Será que há um valor genuíno no modelo tradicional que justifique essa dependência ou estamos diante de um apego emocional que a razão já deveria ter superado? O cenário desafia a lógica, e as respostas podem revelar mais sobre nostalgia do que sobre estratégia.
No Brasil, essa questão ganha tons de resistência quase poética. O ditado "quem não se comunica, se trumbica" parece ser o mantra que sustenta a presença dos representantes, mas a comunicação hoje não depende mais apenas de visitas e sorrisos. Com médicos acessando dados em tempo real e plataformas oferecendo eficiência, por que a indústria insiste em manter um modelo que, para muitos, cheira a passado? Há algo que a tecnologia não consegue replicar ou é só medo de soltar as rédeas?
Conversei com um veterano do interior da Bahia que, após décadas carregando amostras, notou uma mudança sutil. "Os médicos ainda me recebem, mas já sabem tudo antes de eu abrir a boca", disse ele, com um tom que misturava orgulho e incerteza. “Os representantes foram essenciais nos anos 90, mas hoje o médico prefere um PDF no e-mail a uma visita demorada”. Se os médicos já têm as respostas, o que mantém os representantes no jogo?
A resposta de algumas empresas é pragmática, mas levanta sobrancelhas. “Investimos R$ 2 milhões em plataformas digitais em 2023 e vimos o ROI triplicar. O representante tradicional? Só atrapalha o fluxo”. O ditado "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura" sugere que a persistência dos representantes pode ter seu mérito, mas e se a pedra já virou pó sob o peso da tecnologia? A dependência é estratégica ou apenas inércia disfarçada de tática?
No Centro-Oeste, ouvi de um ex-representante que abandonou a maleta por uma carreira digital. "Eu levava horas pra visitar cinco farmácias, mas o dono já negociava direto pelo app da distribuidora", contou ele. “No Brasil, o representante ainda tem apelo nas cidades pequenas, mas é questão de tempo até o digital engolir tudo”. Se o mercado local ainda valoriza o presencial, por que os resultados não refletem essa força? A indústria está vendo algo que nos escapa ou apenas segurando um legado que não se sustenta?
Os médicos, clientes finais dessa equação, também questionam a relevância. “Eu recebo 10 representantes por semana e zero informação nova. Prefiro um webinar de 15 minutos que vá direto ao ponto”. Então, o que justifica essa dependência? O ditado "em time que está ganhando não se mexe" talvez explique a relutância, mas o time dos representantes está mesmo ganhando ou apenas empatando por pena? A indústria precisa encarar o espelho e perguntar: é necessidade ou apego?
A provocação final é direta: por que a indústria farmacêutica ainda se apega aos representantes de vendas quando a tecnologia oferece mais por menos? Talvez haja um nicho onde o toque humano brilha, mas o cenário atual sugere que a dependência pode ser mais emocional do que racional. A indústria brasileira tem a chance de equilibrar tradição e inovação – mas será que está disposta a correr o risco ou prefere ficar na zona de conforto até o inevitável acontecer?
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