As grandes empresas biofarmacêuticas têm passado por uma evolução constante nos últimos anos, impulsionadas principalmente por fusões e aquisições estratégicas. Esse movimento tem provocado mudanças significativas em suas forças de trabalho, com destaque para negócios transformadores, como a aquisição da Celgene pela Bristol-Myers Squibb (BMS) em 2019 e a compra da Allergan pela AbbVie em 2020. Essas aquisições impactaram diretamente o número de funcionários, aumentando consideravelmente as equipes dessas corporações.
Por outro lado, algumas das maiores empresas do setor optaram por alienações estratégicas, separando suas divisões de saúde do consumidor. Isso resultou em reduções substanciais no número de colaboradores, embora, em muitos casos, esses profissionais tenham sido realocados para as novas entidades criadas após as cisões.
Entre as empresas que mais se destacaram no crescimento percentual de força de trabalho nos últimos cinco anos estão a Regeneron e a Vertex Pharmaceuticals. A Regeneron, por exemplo, quase dobrou seu número de funcionários durante esse período. Em 2018, a empresa contava com cerca de 7.400 funcionários e uma receita de US$ 6,7 bilhões. Já em 2023, o número de colaboradores cresceu para 13.400, enquanto sua receita atingiu impressionantes US$ 13,1 bilhões. Da mesma forma, a Vertex também registrou um crescimento expressivo: sua força de trabalho passou de 2.500 funcionários em 2018 para 5.400 em 2023, acompanhada de um aumento significativo de receita, que saltou de US$ 3 bilhões para US$ 9,9 bilhões.
Além do número total de funcionários, uma métrica interessante para avaliar a eficiência dessas empresas é o valor de mercado por funcionário. Muitas das maiores biofarmacêuticas têm um valor de mercado que gira em torno de US$ 2 a 4 milhões por colaborador, o que demonstra uma consistência de resultados entre as empresas, independentemente de sua especialidade terapêutica. Não há grandes variações entre empresas americanas e europeias nesse quesito, ao menos entre as de mega capitalização.
Contudo, há exceções notáveis, como a Vertex e a Regeneron. Essas empresas conseguiram atingir níveis extremamente altos de valor de mercado por funcionário devido a suas estratégias únicas. A Vertex, por exemplo, foca em medicamentos órfãos, que possuem preços elevados e uma base de usuários concentrada, o que reduz seus custos operacionais. Em 2023, os custos de vendas, gerais e administrativos (SG&A) da empresa foram de aproximadamente 12% das vendas, muito abaixo dos 20-30% observados em outras grandes biofarmacêuticas.
No caso da Regeneron, suas parcerias comerciais exclusivas com a Sanofi e a Bayer permitiram à empresa manter uma força de trabalho enxuta. A Regeneron recebe uma parcela dos lucros e royalties sobre medicamentos importantes, como o Dupixent, o que contribui para a eficiência da operação e o alto valor de mercado por funcionário.
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