O Projeto de Lei 2.158/2023, em tramitação no Senado, está mexendo com o setor farmacêutico brasileiro. A proposta, que permite a venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) em supermercados com assistência farmacêutica, pode redefinir o mercado de OTC. Com discussões envolvendo Anvisa, ABAS, ABRAS e a Abrafarma, o PL traz promessas de maior acesso à saúde, mas também desafios para as farmácias tradicionais.
O Brasil tem cerca de 90 mil farmácias, e a saturação do mercado já pressiona os lucros. Com a abertura diária de novas unidades, a concorrência é feroz. O PL 2.158/2023 propõe um modelo “store-in-store”, onde supermercados poderiam ter farmácias internas, com climatização e rastreabilidade, atendendo às exigências regulatórias. Mas quais são as implicações para a indústria farmacêutica?
O Brasil tem cerca de 90 mil farmácias, e a saturação do mercado já pressiona os lucros. Com a abertura diária de novas unidades, a concorrência é feroz. O PL 2.158/2023 propõe um modelo “store-in-store”, onde supermercados poderiam ter farmácias internas, com climatização e rastreabilidade, atendendo às exigências regulatórias. Mas quais são as implicações para a indústria farmacêutica?
O que muda com o PL?
A proposta visa ampliar o acesso aos MIPs, como analgésicos e vitaminas, que representam até 20% do faturamento das farmácias. Supermercados, com sua capilaridade e operação otimizada, enxergam nos OTCs uma oportunidade de aumentar margens e atrair consumidores. A presença de um farmacêutico, presencial ou remoto, garante a segurança exigida pela Anvisa.
Impacto nas farmácias
As farmácias tradicionais enfrentam um risco significativo. Os OTCs não são apenas produtos de alta margem, mas também geram tráfego em loja. Perder essa fatia pode comprometer a sustentabilidade de muitas unidades, especialmente as menores. A Abrafarma, representando grandes redes, já se posiciona contra o PL, destacando preocupações com a segurança do consumidor.
O consumidor como protagonista
O shopper brasileiro busca praticidade e conveniência. Nos países onde a venda de MIPs em supermercados é comum, como os EUA, o consumidor valoriza a integração de serviços. No Brasil, farmácias já se transformaram em hubs de bem-estar, oferecendo desde suplementos até cosméticos. A competição agora é por quem entrega a melhor experiência.
O papel da regulamentação
A Anvisa ainda avalia a viabilidade do modelo, exigindo padrões rigorosos de armazenamento e dispensação. Entidades como ABAS e ABRAS defendem que a liberação dos MIPs em supermercados democratiza o acesso à saúde. No entanto, conselhos de saúde alertam para o risco de automedicação e falhas na fiscalização.
Estratégias para o setor
As farmácias precisam investir em diferenciação, como programas de fidelidade e serviços clínicos. Já os supermercados devem focar em construir confiança, garantindo que a venda de medicamentos seja segura e bem orientada. A inovação será a chave para ambos os lados se destacarem nesse novo cenário competitivo.
Um futuro em transformação
O PL 2.158/2023 não é apenas sobre onde os medicamentos serão vendidos, mas sobre quem controlará o ponto de decisão do consumidor. A aprovação do projeto pode redesenhar o mercado, com impactos no fluxo de clientes, margens e estratégias de varejo. O setor precisa estar preparado para agir rápido.
A tramitação do PL 2.158/2023 é um divisor de águas para a indústria farmacêutica. Para as farmácias, é hora de reforçar o valor agregado e a conexão com o consumidor. Para os supermercados, é uma oportunidade de entrar em um mercado lucrativo, desde que respeitem as exigências regulatórias. O futuro do setor dependerá de como os players se adaptarem a essa nova realidade.







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