Após investir quase US$ 19 bilhões em pesquisa e desenvolvimento em 2019, a Huawei foi eleita para 2020, a companhia que mais avançou em inovação, segundo o ranking TOP 50 Empresas mais Inovadoras do Mundo, divulgado pelo BCG (Boston Consulting Group) em junho|20.
A Huawei, multinacional de tecnologia chinesa, subiu 42 posições entre 2019 a 2020 e ocupa atualmente o 6º lugar, atrás das gigantes Samsung, Microsoft, Amazon, Alphabet e da primeira colocada, Apple.
Realizado entre agosto|19 e outubro|19 com 2,5 mil executivos globais de inovação, o relatório do BCG posicionou as empresas de acordo com quatro variáveis:
- Número de votos de todos os líderes de inovação,
- Revisão por pares do setor,
- Disrupção no segmento e
- Criação de valor.
Na inovação — impulso, tamanho e habilidade foram combinações poderosas. De acordo com a Huawei, o salto no ranking é resultado dos US$ 85 bilhões investidos em pesquisa e desenvolvimento e no 5G desde a última década. Não à toa, a chinesa detém 20% das patentes globais da tecnologia de internet móvel. No Brasil há 22 anos, atuam em diversas áreas, sendo parceiros de empresas, instituições governamentais e operadoras, do 2G até o 4.5G, na transformação digital nacional.
A venda de celulares em 2019 também contribuiu para o avanço da Huawei. Relatórios das empresas Strategy Analytics, Counterpoint Research e Canalys apontaram que a multinacional chinesa ultrapassou a Apple — líder do ranking de inovação do BCG — em vendas de smartphones no ano passado, ocupando a segunda posição, atrás da sul-coreana Samsung.
A Apple ficou em terceiro lugar nas três pesquisas e não chegou à marca de 200 milhões de telefones vendidos, enquanto a Huawei alcançou cerca de 240 milhões de unidades. A líder Samsung, por sua vez, passou a marca de 290 milhões de smartphones comercializados no mundo.
O governo da China está abrindo o país para inovação e o resultado é o avanço tecnológico de empresas locais. No relatório do BCG, além da Huawei, quatro empresas chinesas estão listadas: Alibaba (7ª colocada), Tencent (14ª), Xiaomi (24ª ) e JD.com (31ª). Não há surpresa que 10% das companhias do ranking sejam chinesas. Elas estão deixando de ser cópias de concorrentes ocidentais para se tornarem líderes de inovação.
A China está sendo reconhecida pelo investimento realizado nos últimos anos em educação e tecnologia. No entanto, é necessário questionar a sustentabilidade das empresas a longo prazo, uma vez que internacionalizar os negócios é um desafio, principalmente da Ásia para o Ocidente.
Essas companhias também passarão pela prova do tempo e terão de enfrentar um público com identidade totalmente diferente. Para negócios B2B, como a Huawei, é mais fácil, mas para o mercado de consumo é diferente porque ainda há resistência do consumidor ocidental.
Apple na liderança da inovação
Primeira colocada no ranking do BCG, a Apple subiu duas posições em relação ao ano passado, tirando a liderança da Alphabet, conglomerado de empresas do Google. A Amazon, do bilionário Jeff Bezos, que ocupava o segundo lugar em 2019, ficou em terceiro, seguida por Microsoft e Samsung — que mantiveram a quarta e quinta colocação, respectivamente.
A guinada da Apple se deve ao reconhecimento global da marca e por seu valor de mercado, porém os três primeiros colocados (Apple, Alphabet e Amazon) travam uma batalha por quem é mais inovador. Ou seja, a diferença de pontuação das empresas no ranking é irrisória e, provavelmente, as empresas devem ocupar posições diferentes em levantamentos de outras consultorias.
A Apple já inovou mais. Hoje, faz mais inovação incremental, não disruptiva. O Google, ao contrário, está sempre inovando. O Google X Lab, instalação semi-secreta com foco em avanços tecnológicos, por exemplo, criou combustível com água do mar. A tecnologia é cara, mas foi criada. Inovar significa mudar, e é difícil. Por isso, a gente era nômade e virou sedentário.
Apesar de não lançar novos conceitos de aparelhos, como fez na época do iPod e do próprio iPhone, a Apple acertou ao apostar em serviços de streaming. A empresa saiu de um negócio que era basicamente construir computadores e agora tem uma receita de serviços importante. Inovação é se reinventar continuamente, entregando novas propostas de valor à marca.
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