Na tentativa de se fechar em seu próprio corpo, o indivíduo pouco sincero tenderá a se movimentar de forma dura, repetitiva e mecânica.
Quanto mais intensos esses gestos, mais fica claro que o mentiroso está desconfortável e trava uma luta interna para manter o controle da situação.
A mentira é uma característica tão central na vida, que um melhor conhecimento desta será relevante para a compreensão de quase todos os comportamentos humanos (Ekman, 1985).
Pode-se imaginar algumas situações em que se faz necessário identificar a mentira, situações onde esta pode ter uma implicação grave, muito diferente da mentira social: 1) Um psicólogo, ao entrevistar um detento, a fim de elaborar uma avaliação de soltura, deverá ter conhecimentos para detectar a mentira, pois será um dos responsáveis pelo ajustamento deste à sociedade; 2) Um juiz, ao dar o veredicto final de um processo, deve estar atento aos sinais indicadores de mentira a fim de proceder com justiça; 3) Um empresário poderá evitar problemas futuros se estiver habilitado para reconhecer tais sinais, ao estabelecer uma negociação.
Comportamentos não-verbais podem indicar contradições entre aquilo que o paciente diz e o que se manifesta em seu comportamento, sendo que o terapeuta pode utilizar tais dados em seu trabalho terapêutico, assinalando, por exemplo, as contradições entre o que o paciente mostra com seu corpo e aquilo que diz.
Pode-se definir mentira como o ato de enganar alguém, deliberadamente, sem antes notificá-lo de tal intenção. Assim, de acordo com esta definição, quando se joga pôquer, ao omitir informações sobre seu jogo, você não estará mentindo, pois espera-se que um bom jogador blefe durante a partida. Da mesma maneira que o jogador de pôquer, um ator não espera que seu público acredite que os sentimentos que ele expressa sejam reais. Por outro lado, existe o auto-engano, situação na qual aquele que falseia informação acredita naquilo que diz, logo, não está mentindo (Ekman, 1997).
Segundo Ekman (1985) existem várias formas de mentira: omitir informação verdadeira, falsificar ou apresentar informação falsa como sendo verdadeira, admitir uma emoção dando uma origem falsa para sua causa, contar a verdade falseando-a ou admitir a verdade de maneira tão exagerada que pareça mentira, falar apenas parte da verdade, ou dizer a verdade de forma a parecer o oposto do que é dito.
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