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Num marco notável, a empresa Farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk deixou para trás a gigante francesa do luxo, LVMH - Moët Hennessy • Louis Vuitton S.A. - na sexta-feira (1º|Set|23), tornando-se a empresa mais valiosa da Europa, graças ao sucesso de seus medicamentos de combate à obesidade.
As ações da Novo Nordisk subiram 2,1% em Copenhague, elevando sua capitalização de mercado para o equivalente a quase US$ 45 bilhões.
Enquanto isso, a LVMH sofreu uma queda de 0,8% em Paris, avaliando a empresa em cerca de US$ 420 bilhões. Curiosamente, foi apenas neste ano que o conglomerado de luxo francês atingiu a marca de valor de mercado superior a 500 bilhões, apenas para ver suas ações recuarem desde então.
O grupo francês LVMH – que junta empresas como Louis Vuitton e Hennessy, maior varejista de luxo do mundo, foi prejudicado pela desaceleração da economia chinesa.
O crescimento nas receitas da Novo Nordisk, projetado para atingir até 33% neste ano, causou um impacto significativo na economia dinamarquesa, cujo PIB gira em torno de US$ 406 bilhões (R$ 2 trilhões), de acordo com uma reportagem do Wall Street Journal. O influxo de dólares gerado pela empresa foi tamanho que a moeda nacional, o krone, valorizou-se além das expectativas em relação ao euro.
O sucesso estrondoso dos medicamentos injetáveis Wegovy e Ozempic da Novo Nordisk desencadeou uma verdadeira corrida na Indústria Farmacêutica. Alguns analistas até preveem que esses tratamentos podem se tornar os medicamentos mais vendidos da história.
O segredo por trás desse sucesso é o agonista do GLP-1, uma molécula inicialmente identificada para auxiliar pessoas com diabetes a regular seus níveis de açúcar no sangue, mas que, posteriormente, foi descoberta por seus efeitos na supressão do apetite e na perda de peso. Esses medicamentos se tornaram tão populares que reguladores em todo o mundo levantaram preocupações sobre a possibilidade de que o Ozempic não chegue aos diabéticos que dependem dele para suas injeções.
Por causa desse sucesso fenomenal, existe o risco de os medicamentos GLP-1 enfrentarem obstáculos. Em Ago|23, reguladores na Dinamarca, terra natal da Novo Nordisk, propuseram limites para os subsídios destinados a tratamentos com GLP-1.
As ações da Novo Nordisk mais do que quadruplicaram desde o final de 2018, superando outros gigantes europeus, incluindo a Nestlé, bem como os competidores farmacêuticos Roche e Novartis. O impulso mais recente veio em agosto, quando um estudo histórico revelou que o Wegovy reduz o risco de doenças cardíacas em um quinto. Esse estudo pode ampliar ainda mais o acesso, auxiliando a Novo Nordisk nas negociações de reembolso com seguradoras que, de outra forma, poderiam resistir ao custo do Wegovy.
A Novo Nordisk já está lutando para acompanhar a demanda desenfreada pelo Wegovy, que testes clínicos demonstraram, pode ajudar as pessoas a perderem 15% do peso corporal após menos de 16 meses.
Os resultados de um ensaio de cinco anos sobre o impacto do medicamento nas doenças cardiovasculares também mostraram que o Wegovy reduziu o risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral ou morte relacionada ao coração em 20%.
Atualmente, o Wegovy está disponível apenas em alguns países fora dos Estados Unidos, mas a empresa planeja aumentar a produção e distribuição.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo são obesas, ou seja, possuem um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.
“Estamos apenas beirando a superfície”, disse o CEO da Novo Nordisk, Lars Fruergaard Jørgensen. “Tenho a sensação de que pode levar alguns anos até que realmente atendamos à demanda existente.”
A empresa está investindo bilhões de dólares para aumentar a capacidade e operar suas fábricas “24 horas por dia, 7 dias por semana”, acrescentou Jørgensen.
O aumento das vendas dos seus medicamentos levou a um influxo de dólares americanos na economia da Dinamarca, elevando o valor da coroa dinamarquesa.
O banco central da Dinamarca respondeu mantendo as taxas de juro abaixo das fixadas pelo Banco Central Europeu (BCE), desencorajando os estrangeiros de comprar coroas e reduzindo o valor da moeda.
Com a expectativa de que o mercado global de tratamentos para obesidade exploda na próxima década, a Novo Nordisk e a Eli Lilly foram destacadas em julho por analistas do Citigroup como as empresas que dominarão o que eles descreveram como um “duopólio estrutural”.
No entanto, nem tudo são flores. A Novo Nordisk também comunicou que a oferta de Wegovy continuará restrita nos EUA, devido às dificuldades em expandir a produção. Em Ago|23, a Reuters informou que a Novo Nordisk contratou a empresa Thermo Fisher Scientific Inc., com sede nos EUA, como seu segundo fabricante contratado do medicamento.
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